1 de Julho

Amanhã será a festa do D., na escola; que espero, desta x, que ele faça alguma coisa e não se remeta ao silencio e à vergonha, como nas anteriores.
Eu e o Pai vamos assistir e depois revesamo-nos para trabalhar e ficar com ele ao mesmo tempo.
Ele não sossega.
Fui à avaliação do Jardim de infancia.
O D. gosta de pintar, fazer puzzles e gosta muito, muito de correr.
Ora, foi tipo o anuncio do Whiskas saquetas para o Pai, que participou em imensas provas de atletismo e até ganhou algumas medalhas e quando leu a avaliação sorriu só na parte do pequeno gostar de correr (Blá, blá blá, correr, blá blá blá).
Eu que o diga, que ele quando se lança a correr, até me custa a apanhá-lo.
De resto, está tudo mais ou menos, exceto na parte de distinguir a manhã, tarde e a noite ( para ele só existe dia e noite) e a construção de frases, no plural e singular, ou seja começa as frases no singular e acaba no plural, agora não me lembro de nenhuma, mas logo exemplifico.
Sabe as letras todas, mas escreve as do nome dele, o A, o H, mas se lhe peço um R, ele não consegue.
A Educadora virou-se para mim e perguntou, como é que ele tinha aprendido as letras e eu respondi: Não foi aqui??? e ela não, não foi.
O que ele tem é uma capacidade de memorização, das coisas que quer aprender; se insistimos com ele, para ele aprender alguma coisa, faz orelhas moucas, mas se lhe interessar, então, o caso muda de figura.
No fim da avaliação, disse-me que o D. é muito carinhoso, meigo, tanto com as educadoras, como com os colegas e que não gosta de conflitos.
Repliquei e disse: pois, é parvo, porque deixa os outros fazer tudo e não se vira a ninguem.

Reviver

a situação que passei há 2 anos atrás; verificar que não existe aquele beijo carinhoso, sincero e sentido que tanto, mas tanto preciso.
Continuo cada x mais a sentir-me sozinha, falta-me algo que não fazendo parte do meu corpo, faz parte do essencial dos sentimentos que provem do meu coração.
Ontem, dia 27, passaram dois anos que deixei de a ver viva e isso para mim, continua e como a ser um enorme tormento.
Quem me conhece, vê uma pessoa que tenta parecer alegre, mas o vazio, o respirar fundo já não consigo, nem é o que era antes.
Olho para as fotos e vejo o amor que existe de uma mãe para uma filha e que não voltei a ver nos olhos de mais ninguem.
Aqueles sentimentos mais profundos, as confissões que lhe fiz, algumas ficaram só entre nós, mas o sentimento perdurará para sempre.
Ela era uma pessoa muito, mas muito empenhada naquilo que fazia; foi filha de um Major do Exército e de uma Senhora, que nasceu em 1905, mas que naquela altura, conseguiu tirar a 4ª classe.
Teve um irmão, que renegou o próprio Pai, pessoa que Ela amava e com o qual tinha uma relação de partilha e de cumplicidade.
O meu Avô Materno, esse Major teve um cancro no pulmão e estava bastante mal, no Hospital, quando soube que o homem tinha ido à Lua e foi essa uma das frases que marcaram, quando na cama do hospital se virou para a minha Mãe e Avó e disse: Ainda sou do tempo que o homem foi à Lua.
Depois disso, vieram momentos dificeis, porque a minha Mãe ficou só com a minha Avó e esta, entretanto partiu uma perna e enquanto não conseguíam receber a pensão do meu Avô, era a minha Mãe, que sustentava a casa.
Chorou muito, contava Ela, porque na altura, se uma mulher fosse comer sozinha a um restaurante ou café, todos a olhavam e questionavam.
Trabalhou na Força Aérea, recebeu uma medalha, que guardo religiosamente e da qual me orgulho, mais que muito.
Recordo-a todos os dias, acreditem, todos.
E ontem, no dia em que ela me deixou, tive uma prova, que lá em cima continua a olhar por mim.
Não foi nada de esotérico, imaginário, sonhador ou espirita.
Nas minhas conversas, pedi que me ajudasse numa situação-e sei que Ela o fez.
Vou amar-te sempre, sempre.
O D. sabe que a Avó está no Céu; sabe que eu choro, que sofro e diz para eu não ficar assim e eu tento, acreditem.Por isso é que muitas x, choro sozinha.
O meu marido é realmente um grande companheiro e amigo-nisso tenho sorte.

Mudança de Governo, mudança de humor

Hoje deparei-me com uma dura realidade; fui advertida de que não posso ser tão simpática, prestavel e compreensiva como sou.
Que essas ditas, achava eu, qualidades, me estão a prejudicar; que o mundo não é cor-de-rosa; é ordinário, mesmo; que ninguem se interessa por ninguem, que todos nos querem ver em baixo e ninguem gosta de ver a felicidade dos outros;
Que se aproveitam de mim e que assim eu não vou a lado nenhum.
A ouvir aquelas palavras com tanta frieza, quase que chorei, mas optei por ir embora e chorar sozinha.
Porque quando cheguei a casa, estava lá o meu tesouro, para me abraçar e dizer "tenho uma surpresa para ti".Eram uns donuts embalados, que lhe tinham dado na escola, mas como ele não gosta de doces, nem de pipocas, disse que os trazia para mim.
Depois tudo passa, tem de passar.
Tenho muita coisa para fazer, para me dar ao luxo de estar triste e pensar que aquelas palavras, têm a sua razão de ser, mas é dificil tentar ter uma postura seria, com pessoas que gosto e que já as conhecia.

Depois do abanão que levei, só posso mesmo tentar entender e aprender com a lição.
Mas estou muito dorida, parece que levei uma carga de pancada, que me deixou atordoada.

Adivinham-se dias dificeis para estes lados, mas nada a que não esteja habituada e/ou à espera.
Dessa forma, vou tentando conciliar as coisas, para melhor as conseguir gerir.
Ora bem:
-não me chamaram para a reunião de avaliação do piqueno, no 2º periodo-falei com a Educadora, que me disse que depois faziamos a do 2º e 3º juntas; é dois em um;
-O I., quando chega ao Verão anda sempre cansado, desanimado e aborrecido, porquê?porque parece que este ano, baixaram tanto os preços, que existem, na sua maior parte turistas estrangeiros que praticamente enchem o Hotel, o que por um lado é bom, por outro é desgastante, porque anda sempre cansado, não me ajuda com as tarefas domesticas, nem brinca tanto com o filho.
Sobra para quem???Hum??
-aqui em baixo, para tratar de qualquer assunto, estamos sempre dependentes de Lisboa; quando ontem tentei saber o porquê de já estar à quase 1 mês à espera de um despacho, a resposta foi:
pois, é que nos recebemos isso, e não há ninguem para despachar; depois de despachar aqui, tem de seguir para Lisboa e depois volta para aqui novamente e depois é que lhe é comunicado.
indaguei:Isso vai ser antes das férias judiciais, certo?????
Pois, não sei-resp.
Eu disse, então, se isso não se resolver, vou a Lisboa tratar.
-não vale a pena-resp.-porque tem de ser aqui.
Não ha pachorra para isto, vou ter de me chatear, tá visto.
- e o pior de todos eles, vai ser estudar arduamente e espremer o sumo do CIRE (para quem não sabe o que é, não vale a pena explicar).

Algumas pessoas têm sorte, porque estão de férias agora, com este calor todo e sem o aglomerar do costume, que se verifica, já já, em Agosto.
daqui a 1 mês coloco outra foto e desafio-vos a encontrarem...................areia!!

Desilusões

Sim, continuo a desapontar-me com pessoas que julgava serem minhas amigas, mas afinal........
Soube hoje de uma coisa que me desapontou.
É que as pessoas não sabem as coisas, agem nas costas e depois vem proclamar-se perante os outros, como se fossem as maiores.
Procuro ser justa e não dar os créditos por mãos alheias, mas comigo passa-se exatamente o oposto.
Só me procuram quando precisam.
Credo, até assustam..........

Há poucos dias ouvi uma frase, que se pode aplicar bem aquilo que penso de certas pessoas:
" Se quiseres saber quem é teu conhecido, dá uma festa; se quiseres saber, quem é teu amigo, fica doente".
Pois esta frase irá ficar memorizada, no meu pensamento, até outra a vir substituir, de igual relevância, importância e aplicação prática.
Destarte a estas considerações, este mês é sempre muito pesado para mim; estou a poucos dias de reviver um dos maiores pesadelos da minha vida, que foram aquelas duas semanas, há 2 anos atrás.
Queria, neste momento acordar e verificar que tudo foi um sonho mau que tive; que me pergunto x sem conta, porque a vida é tão, mas tão injusta.
Cada dia que passa, é mais penoso para mim.
Queria tanto um abraço teu, Mãe.............

Burocracia

Estou há praticamente 1 mês, à espera de uns papeis que andam meio que perdidos, como anda a minha vida.
Confesso que ás x me sinto tão farta de andar a perguntar pelas mesmas coisas e ninguem me dá solução....

Nos ultimos dias, o miudo anda a pedir para ver neve e para andar de avião.
Cada x que vê um, no céu, diz Mãe, tambem quero andar de avião.......
E eu digo, pois qualquer dia, mas sinceramente, da maneira como isto está, não sei quando, ainda por cima, as férias no verão, são sempre impossiveis, mas tenho de arranjar um jeitinho.

Por falar em verão, estou a guardar-me para delirar com a chegada de amigos, que, nesta época do ano, nos vêm visitar (estou à espera de voces, sim).

Promessa

Após constatação com provas fotográficas, venho aqui, desde já indicar que irei começar a fazer exercicio, porque estou super gorda e além de não ser fotogénica, ainda por cima as ultimas fotos que tirei fazem-me lembrar que já tenho...anos e que não estou pronta para as malditas cameras ainda me alongarem o rosto e restantes partes do corpo.
Fogo, isto quando uma coisa corre mal, vem tudo de seguida.
Só vos estou aqui a relatar esse facto, para não mais me esquecer.
E se algum dia lerem que estou a comer algum chocolate, ou bolachas, avisem-me, porque eu sou um "cadito"esquecida.

Dia da criança

Hoje, acabou por ser um dia como os outros.
Éramos para fazer alguma coisa diferente, ir a algum parque com insuflaveis, brincar com outras crianças, andar de bicicleta ( que fazemos regularmente), mas não fizemos nada de novo.
Isto porquê?
Porque, quando o fui buscar à festinha da escola, que se baseava em pintar com os Pais das crianças, ele estava um pouco febril e com bastante espetoração.
Suponho que, do ar condicionado das salas, que como são bastante quentes, ligam esses aparelhos e depois as crianças vieram cá para fora e ele estava só a querer vir embora, já com umas olheiras que assustavam.
Acompanhei-o, no visionamento de uma série de mickeys, que estavam a passar no disney channel e acabei por lhe dar uma sopa, que o revigorou um pouco.
Amanhã, decerto está pronto para mais um dia, mas já estou habituada a que isto aconteça, nomeadamente em datas, quase sempre em que era suposto comemorarmos alguma coisa.....
Pode ser que no fds, se consiga sair da rotina.