terça-feira, 28 de junho de 2011

Reviver

a situação que passei há 2 anos atrás; verificar que não existe aquele beijo carinhoso, sincero e sentido que tanto, mas tanto preciso.
Continuo cada x mais a sentir-me sozinha, falta-me algo que não fazendo parte do meu corpo, faz parte do essencial dos sentimentos que provem do meu coração.
Ontem, dia 27, passaram dois anos que deixei de a ver viva e isso para mim, continua e como a ser um enorme tormento.
Quem me conhece, vê uma pessoa que tenta parecer alegre, mas o vazio, o respirar fundo já não consigo, nem é o que era antes.
Olho para as fotos e vejo o amor que existe de uma mãe para uma filha e que não voltei a ver nos olhos de mais ninguem.
Aqueles sentimentos mais profundos, as confissões que lhe fiz, algumas ficaram só entre nós, mas o sentimento perdurará para sempre.
Ela era uma pessoa muito, mas muito empenhada naquilo que fazia; foi filha de um Major do Exército e de uma Senhora, que nasceu em 1905, mas que naquela altura, conseguiu tirar a 4ª classe.
Teve um irmão, que renegou o próprio Pai, pessoa que Ela amava e com o qual tinha uma relação de partilha e de cumplicidade.
O meu Avô Materno, esse Major teve um cancro no pulmão e estava bastante mal, no Hospital, quando soube que o homem tinha ido à Lua e foi essa uma das frases que marcaram, quando na cama do hospital se virou para a minha Mãe e Avó e disse: Ainda sou do tempo que o homem foi à Lua.
Depois disso, vieram momentos dificeis, porque a minha Mãe ficou só com a minha Avó e esta, entretanto partiu uma perna e enquanto não conseguíam receber a pensão do meu Avô, era a minha Mãe, que sustentava a casa.
Chorou muito, contava Ela, porque na altura, se uma mulher fosse comer sozinha a um restaurante ou café, todos a olhavam e questionavam.
Trabalhou na Força Aérea, recebeu uma medalha, que guardo religiosamente e da qual me orgulho, mais que muito.
Recordo-a todos os dias, acreditem, todos.
E ontem, no dia em que ela me deixou, tive uma prova, que lá em cima continua a olhar por mim.
Não foi nada de esotérico, imaginário, sonhador ou espirita.
Nas minhas conversas, pedi que me ajudasse numa situação-e sei que Ela o fez.
Vou amar-te sempre, sempre.
O D. sabe que a Avó está no Céu; sabe que eu choro, que sofro e diz para eu não ficar assim e eu tento, acreditem.Por isso é que muitas x, choro sozinha.
O meu marido é realmente um grande companheiro e amigo-nisso tenho sorte.

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