sábado, 19 de novembro de 2011

Viagens

Ontem e hoje, foi um dia de despedidas.
A minha cunhada Vera foi viver para o Brasil, para o Estado da Rondonia.
Definitivamente, dizem.Talvez, tenho esperança que voltem.
Custa-me sempre despedir seja de pessoas, que não sei quando volto a ver, seja porque algumas, que faziam parte da minha vida trinta anos, sei que não volto a compartilhar da sua sabedoria, dos seus conselhos, dos seus abraços.
Em 2009, aquele ano horrivel para mim, perdi a minha Mãe.
Perdi tambem, a minha vizinha, um amigo, já de certa idade, com cancro, a minha madrinha de batismo, o meu padrinho, a minha Avó, a madrinha da minha avó, uma amiga da faculdade, e algumas outras pessoas que compartilharam comigo momentos bons e que me fizeram tão feliz.
Desde pequenita que aprendi o conceito da morte e aprendi a conviver com ele.
Sempre com dor que não se revelava momentanea, mas estranha, prolongada.
A minha Avó contava que a madrinha dela lhe disse, assim como à minha Mãe, que se existisse vida para alem da morte, ela lhe daria algum sinal, em sonhos.
Isso não aconteceu.
O que sonhava, por várias vezes, enquanto a minha Mãe era viva, era que ela morria; e acordava a chorar, cheia de dor de cabeça, de tão real que me parecia o sonho.

Não gosto de me desfazer de tarecos, carros, roupa, enfim, mas agora, quase com 36 anos, decidi que estava a meio da minha vida e que tinha de aproveitar alguma coisa; que não me adiantava guardar coisas, que não sabia se viria ou não a usar.Dessa forma, consegui ficar mais despreendida e leve, pois um dia, posso olhar para trás e pensar que pelo menos aproveitei alguma coisa de bom, que tinha, que me deixaram com amor, as pessoas que gostavam de mim.

Hoje em dia, os sentimentos mudaram.As pessoas, na sua maioria, só gostam de ver os outros infelizes, sem emprego, sem perspectivas, o que leva cada vez mais, aos casais novos, a divorciarem-se pelo mais leve motivo.

Espero que não seja o caso da minha cunhada e sobrinha, a quem desejo, do fundo do coração que sejam sempre felizes, nesta nova vida que decidiram tomar.


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