terça-feira, 14 de setembro de 2010

Escolas

Ontem , foi uma segunda feira que me deixou, realmente de rastos.
O D. entrou num jardim de infancia, público, sem garantirem prolongamento, terminando, desta forma, a escola às 15.00.

Pois parece que os Pais, têm sempre alguem que vá buscar as suas crianças e nós, Pais sem ninguem para as levar a casa às 3 da tarde, temos que fazer pressão, para a Câmara nos arranjar uma sala e alguem que fique a tomar conta deles.

Todos reclamaram na reunião, na passada sexta-feira, às 18.00 da tarde-mto emb, eu tenha chegado, já com esforço às 18.30.

No entanto, ontem só 2 ou 3 encarregados de educação tinham entregue os papeis para o prolongamento...pois, espante-se esta situação, que considero tipica dos portugueses-reclamam, reclamam, mas na hora dos vamos ver, ninguem se mexe.

Fiz pressão, disse que precisava, que não tinha ninguem que o fosse buscar, nem condições, e que precisava de resposta até 5º feira, no máximo, pois tinha de ir trabalhar.

Ontem, segunda feira:
Levantei-me às 7.00 (como de costume) e levei D. à escola.
Ao colo, agarrado a mim sem me querer deixar ir embora e a dar-me beijinhos.
Fiquei com o coração bem apertado e tive de o distrair, com um puzzle que lá estava.
Ficou, admirado com os berros dos meninos que lá estavam a chorar e a gritar pelas Mães.
Dói sempre muito, claro.
Depois vim ao emprego, buscar declarações, recibos de ordenado e tratar de alguma situação mais pendente.Expliquei a situação aos responsaveis e fui.
Direita ao trabalho do meu marido, buscar uma declaração do Horário de trabalho dele.
Depois fui ao jardim de infancia levar os papeis do D., para entregar.
Vou para cidade, à escola, falar com Diretora e explicar a minha situação-preciso do prolongamento.
Foi a que me deu mais probabilidades, pois estão só 10 meninos à frente dele e podem vir a chamá-lo lá para Outubro, Novembro, Dezembro, etc.......
Disse que ainda era possivel, pois no ano passado, esgotaram os nomes das listas.
Tudo bem, disse eu, vou esperar.
Pareceu-me solidária com minha situação-tambem quem não estaria?É tudo verdade, o que expus, nas minhas alegações.
Saí dali e fui a outra escola, no mesmo concelho, falar com secretaria, pois o Diretor não estava- pedi para falar com Sub Diretor, ou alguem responsavel e esperei.
Apareceu uma mulher, expliquei-lhe situação e disse-me que entendia perfeitamente.
Que tinha um menino com a mesma idade, estava a divorciar-se e não tinha colocação em lado nenhum, porque tinha sair às 18.00 e então a alternativa era pagar a um privado.
Desta forma, indicou-me uma creche da Santa casa da Misericódia.
Agradeci, a senhora disse para tentar, no próximo ano , que decerto ele entrava-sim, mas eu preciso agora.
Sai dali, fui buscar meu Pai, almoçámos e fui buscar D.
Cheguei lá, ele estava sentado no chão, triste, cabisbaixo, com o chapéu na cabeça e perguntei-lhe, então filho, que foi?
Levanta a cabeça e estava todo ferido na cara-com a marca do chapéu, o nariz, boca e o queixo, todos arranhados, por decerto alguem o ter empurrado e caiu no alcatrão.
Senti vontade de chorar, mas fui direita à educadora e perguntei: que foi aquilo?
ele caiu......
E eu, não o larguei mais.
Bom, estas coisas acontecem, mas tambem, o que não me acontece???
Coloquei-o no carro e fui comprar um biberon e leite para lhe dar, mas não quis.Só lhe apetecia dormir e estava no carro a delirar, a chamar por mim, a chorar bastante.
Fui a outra escola.
Pedi para falar com Diretor e muito simpático atendeu-me.Foi extraordinário.
Ouviu os meus argumentos, disse que era injusto, porque fechavam escolas, não colocavam pessoal auxiliar e ele não podia colocar D. à frente dos 25 meninos que estavam em lista de espera.
Eu disse, que eu não queria isso-queria sim, que me dessem alternativas, que abrissem escolas, enfim, que me dissessem que podia ir trabalhar descansada, pois alguem de confiança ficava a tomar conta do meu filho.
Uma vez mais deu-me alternativas, disse para eu fazer pressão na Câmara da residencia, mas que era dificil, muito dificil.
"É como um carapau ir contra um tubarão"

Saí dali e já não me contia: chorei, chorei e depois entrei no carro, já sem lágrimas visiveis, pois meu Pai estava lá com o D. no carro.


Fui comprar uma mochila para ele.
Só havia uma do Mickey, super grande e foi a que comprei.
Ficou feliz, pois tinha rodinhas e para mim, foi muito bom, pois felizmente trazia um sorriso, que tardava em ver na sua carinha e nos seus olhos pestanudos.

Depois fui comprar pão e finalmente para casa.
Eram 19.30.

Com uma grande dor de cabeça e um enorme peso nos ombros.

Como diz o meu Pai, nada é facil para mim.
Farto-me de lutar-toda a vida foi assim, nenhuma das coisas me cai de bandeja ou a sorte me bafeja..............

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