quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Recordações

Ufa.estava a ver que nunca mais tinha tempo para aqui contar e tenho muito, mas não tenho tempo.
Por isso vou deixar de rodeios e ser rápida e sucinta-acho que tento ser sempre...

Ontem cheguei a casa e toca o telemovel.
Sim?
Sim, T.? Ai, já vi que me enganei, não era para ti que queria ligar, mas para outra pessoa com o mesmo nome.Mas já agora, como estás?
Estou bem, pois há 7, 8 anos que não falávamos, mas na medida do possivel.E tu?
Eu, bem vou ser avó (what???) de um Rafael, que está quase a nascer.Vivo com minha mãe, que já custa a andar e estamos as duas a sobreviver.
Trabalho na cantina de 2 hospitais, já não estou com o meu marido, ele deixou-me e está a viver com outra pessoa, tenho os salários penhorados de dividas que ele me deixou, perdi a casa e ele não trabalha e descobriu há pouco tempo que tem cancro nos intestinos, por isso tenho contas para pagar até nunca mais.

Engoli em seco, depois desta descrição.Real, cruel e de viver um dia de cada vez.
Saiu-me, mesmo sinceramente que a tua vida nunca foi facil, Maria.
Já viste, T.?Irei ser sempre uma parva.

Despedimo-nos, com votos de um telefonema, um beijinho e um abraço de quem um dia, passados todos estes anos se irá voltar a ver-logo que volte e esteja uns dias por lá, tenho de lhe dizer.Porque gosto muito daquela familia e porque desejo que nos voltemos a ver.Nem que seja para desabafar.